Laluña Machado é uma das maiores pesquisadoras de quadrinhos e especialista em Batman. A danada já é de casa na Skript. Com Dani Marino organiza o livro Mulheres em Quadrinhos (em pré-venda no Catarse), escreve com Diego Moreau o livro A História das Histórias em Quadrinhos: América (no forno) e fez o posfácio da HQ Bill Finger – A História Secreta do Cavaleiro das Trevas (em pré-venda na Amazon).
Ela é uma das editoras do excelente Minas Nerds, um dos melhores portais de conteúdo da nossa web BR.
Para o Minas, Laluña entrevistou Athena Finger, neta do Bill. Durante a pesquisa do nosso quadrinho sobre Finger, também entramos em contato com Athena para apresentar o projeto. Sempre atenciosa, ela deu sua benção e aguarda ansiosa a HQ. Enquanto damos os últimos retoques, Athena segue curtindo/compartilhando nossos posts no Twitter sobre o documentário em quadrinhos que tem seu avô de tema.
Confira, agora, a entrevista que Laluña realizou com Athena Finger:
- Não tem muito tempo que o mundo ficou sabendo sobre seu avô, então, como foi crescer sabendo que ele era o grande responsável pela criação Batman, enquanto todos acreditavam que Bob Kane era o único nome por trás do personagem?
Crescer sabendo que meu avô era a verdadeira influência do Batman sem ser creditado por isso, foi ao mesmo tempo incrível e desolador. Eu cresci nos anos 1980, antes da internet ser usada como é hoje, então, provar quem eu era para meus colegas de classe não era possível. Eles me perguntavam quando eu iria mostrar todas as coisas que o Bill havia feito, por isso eu parei de contar às pessoas.
- O que você diria a essas pessoas hoje?
Eu simplesmente iria me afastar dessas pessoas e contaria apenas àquelas que soubessem um pouco mais sobre quadrinhos conforme o tempo fosse passando.
- O que você aprendeu lendo os quadrinhos do Batman?
Eu não tinha o hábito de ler quadrinhos quando pequena, então não cresci sendo influenciada por eles. Eu fui descobrir mais sobre como o Batman era tão importante na vida das pessoas, ajudando-as inclusive a superar traumas pessoais, quando já era adulta.
- Hoje você se identifica com o personagem de alguma forma?
Me identifico com partes relacionadas à superação de trauma e como isso nos transforma em pessoas melhores no final.
- Apesar de as pessoas estarem conhecendo a história do Bill, graças ao pesquisador Marc Nobleman, como você lidou com todas as mudanças e informações equivocadas durante o processo para que seu avô recebesse o crédito que merecia? O quanto sua vida mudou desde a visita que recebeu do Marc?
Eu simplesmente contava a história do Bill e pedia que as pessoas pesquisassem a respeito. A maior parte das pessoas ficava chocada quando descobria a verdade sobre a criação do personagem. Os fãs são sempre os mais ávidos por descobrir as histórias sobre a criação dos seus personagens favoritos. Minha vida mudou tanto que hoje eu tenho duas vidas: tenho minha vida pessoal e uma vida pública. Eu sempre fico muito feliz em encontrar os fãs e pela chance de vê-los expressar seu amor pelo Batman e pelo Bill.
- Como foi ver o nome dele sendo creditado em um filme pela primeira vez? Você lembra o que sentiu? E o seu filho?
Foi maravilhoso ver o nome dele nos créditos. Eu queria que meu pai estivesse lá comigo para comemorar. Meu filho se sentiu muito orgulhoso pela família dele e vibrou muito comigo.
- Você desenha ou escreve quadrinhos também?
Eu desenho, mas não fiz quadrinhos ainda. Eu tenho pintado algumas capas da era de ouro e outras artes relacionadas a quadrinhos, mas pretendo explorar melhor essa área no futuro, fazendo meus próprios quadrinhos.
- Você conseguiu o que fãs e outras pessoas próximas ao Bill tentaram por anos: que a DC finalmente lhe desse o devido crédito. Você se sente como uma super-heroína por isso?
Eu realmente me sinto como uma campeã, não uma heroína, por ter conseguido isso. Me sinto uma heroína quando estou em sala de aula ensinando meus alunos.
- O seu pai conversou com você sobre a importância do Bill?
Ele sempre quis que o pai dele alcançasse o respeito e o reconhecimento que lhe era devido. Infelizmente ele faleceu quando eu tinha 15 anos. Eu senti que eu precisava continuar o que ele havia começado, por ele e pelo meu avô, por isso, sei que os dois estão sorrindo onde quer que estejam.
- Batman é o símbolo mais icônico da cultura pop, sendo objeto de milhares de pesquisas ao redor do mundo, incluindo a minha. O que você acha que o Batman poderá representar nos próximos 80 anos?
Batman significa tantas coisas para tantas pessoas. Eu acho que ele sempre será um símbolo de superação de trauma e de luta pela justiça. Felizmente, as próximas gerações irão conhecer não só a importância dele, como a história do Bill também.
Minas Nerds:
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